Aprendendo a aprender

Arthur Magalhaes Fonseca
7 min readFeb 27, 2020

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Após mais um hiato estou de volta. Hoje terminei o interessante curso do John Thompson, OpenAPI: Beginner to Guru e estava começando a escrever uma review, quando percebi que a introdução estava ficando maior do que deveria.

Resolvi dividir então o post em duas partes, uma que irei falar sobre o lado bom e o lado ruim da Udemy, e outra com o review do curso propriamente dito, vamos lá…

Introdução

Uma das motivações que me levou a escrever esse post se dá na forma como descobri que aprendo melhor, no meu caso, através de cursos e vídeos.

Creio que um ponto interessante para cada um é avaliar esse aspecto e focar em como absorver melhor o conhecimento. Tenho amigos que aprendem melhor ouvindo podcasts, outros lendo documentação e livros.

O ponto aqui não está em falar qual seria a melhor ou pior forma de aprender, e sim em como potencializar no caso da sua ser por cursos e vídeos, bem como avaliar alguns pontos negativos.

Sobre como encaro o conhecimento

Me lembro de um professor de faculdade que me disse uma vez em uma aula sobre três tipos de conhecimentos e suas implicações. Ele desenhou algo como esses três círculos, e explicou que existiam três tipos de conhecimentos:

  • O círculo mais interno seriam das coisas que sabemos, lá está armazenado o nosso conhecimento até agora.
  • O próximo círculo seria das coisas que sabemos que não sabemos, é como se dado o conhecimento que possuímos hoje sabemos que existe um próximo passo a ser explorado.
  • Já o terceiro círculo seriam das coisas que não sabemos que não sabemos, é um conhecimento que só conseguimos alcançar quando aprendemos as coisas que sabemos que não sabemos, e percebemos que tinha mais coisas a serem aprendidas, mas que há um tempo atrás, não tínhamos nem noção.

Seguindo essa abordagem, o conhecimento seria algo infinito, pois, cada vez que você aprende uma coisa que você não sabia, e consequentemente adentra na próximo círculo, o seu conhecimento atual se torna o que você já sabia e o que você aprendeu.

Após isso, você descobre que existem mais coisas a aprender, que agora são as coisas que você não sabe, e depois disso, coisas que você não sabia que não sabia.

Você percebe então, que sempre vai existir coisas que você não sabe, e sempre vai existir coisas que você não sabe que não sabe.

Catalisando conhecimento

Me lembro que quando descobri que eu aprendia melhor vendo aulas e videoaulas passei um bom tempo realizando cursos nas mais diversas instituições de ensino:

Uma em especial me ajudou muito na forma de aprendizado, e acho que merece um tópico à parte, a Caelum.

Caelum | Escola de Tecnologia

Lembro que quando abriu a Caelum aqui em Brasília eu estava fazendo curso em outra instituição de ensino. Estávamos tendo problema com a didática e conteúdo, e um colega, que à época já era um desenvolvedor Pleno para Sênior me falou que a Caelum iria abrir em Brasília, e que ele iria fazer o FJ11, o primeiro curso da formação de desenvolvimento Java.

Pensei: se um cara que é mais experiente que eu fala bem de uma instituição de ensino e fará o primeiro curso da formação Java dos caras, que dirá eu, um desenvolvedor Jr recém formado com pouco tempo de experiência e que queria melhorar minhas habilidades em Java.

Fiz um curso na Caelum, e acabei fechando formações e fazendo cursos após curso. O raciocínio na minha cabeça era simples: Se eu pudesse aprender coisas com instrutores que falassem dos problemas que eu nem sabia que existiam, naturalmente eu aprenderia mais rápido do que buscar apenas as respostas para as coisas que eu sabia que não sabia.

Algo como, se eu treinasse com uma carga maior do que a que eu estava submetido, e me cercasse de pessoas e desafios mais avançados, eu iria crescer consequentemente, pois iria catalisar o aprendizado.

A Caelum possui uma didática que sempre foi marca registrada da instituição. É como se ela levasse você a um raciocínio através de desafios e perguntas, que te induzissem à solução do próximo passo, não sem antes te mostrar que esse próximo passo te conduziria a um outro problema que você não sabia que tinha.

Para quem é cristão ou já estudou algo sobre o Novo Testamento, me lembra muito um tipo de raciocínio aplicado pelo apóstolo Paulo. Em algumas passagens chega a parecer que o cara discute com você através de um texto, mesmo tendo morrido há bastante tempo… É como se ele soubesse o próximo passo que o seu raciocínio levaria, mostrando os erros ou acertos desse novo raciocínio.

Voltando à história, infelizmente aconteceu uma coisa estranha: um dia a Caelum me deixou órfão, em outras palavras, chegou um momento que não haviam mais cursos na área de backend a serem feitos.

Atualmente a Caelum tem mudado sua grade de cursos, uma estratégia muito interessante, mas na época, não existiam mais cursos a serem feitos, foi quando eu conheci a Udemy.

Udemy | The good parts

A Udemy se popularizou como uma plataforma de ensino a distância. Graças a ela qualquer pessoa poderia expor seus conhecimentos e cobrar por eles.

Novas perspectivas estavam disponíveis para mim, assim como novos riscos, afinal, se qualquer um pode dar um curso, como saber quem são os bons instrutores em meio a tantos instrutores?

A Udemy me ajudou com essa resposta de uma outra forma: escolha por amostragem.

Até hoje a Udemy é adepta de eventualmente lançar uma promoção de cursos. O que eu comecei a fazer então foi comprar vários cursos por R$ 19, pois se um deles valesse à pena o custo benefício seria fantástico.

Foi em compras como essas que cheguei a alguns instrutores que aguardo o lançamento de novos cursos atualmente:

Descobri ainda que na plataforma existem cursos oferecidos de graça, além de sites que monitoram momentos em que os cursos estão com algum cupom que poderia chegar a 100%…

Adquiri curso após curso, mês após mês, e foi então que descobri um dos problemas da Udemy.

Udemy | The bad parts

O primeiro problema do modelo Udemy é: até hoje não conheci uma pessoa que utiliza a Udemy e tenha me dito que terminou todos os seus cursos.

O que ocorre é que como é muito fácil adquirir um curso, e a maioria deles é muito barato você acaba comprando muito mais cursos do que você consegue realizar.

Outro problema do modelo da plataforma é você descobrir bons cursos quando você é iniciante.

Uma vez fui ver um curso de “microservices” com Spring. O que encontrei em vários cursos era basicamente um curso introdutório a Spring Boot e persistência em banco de dados relacional, algo bem diferente de microservices. Ainda que um microservice possa seguir essa stack, é algo bem mais complexo do que reduzir a uma API REST que se comunica com um banco de dados.

Conclusão

Uma das coisas que percebi é que não existe uma bala de prata, e para tanto, seria interessante separar os conteúdos que estou aprendendo por nichos, e creio que essa possa ser uma boa dica para quem tem uma forma de aprendizado parecido com a minha.

Antigamente, quando íamos fazer trabalhos de colégio, era comum buscarmos referências em enciclopédias como a Barsa. A vantagem dessa abordagem era saber que tínhamos uma fonte confiável de pesquisa.

Hoje em dia, a internet trouxe uma vantagem e desvantagem para esse problema. Quem já buscou uma resposta para um problema no StackOverflow consegue entender o que estou falando. É bem comum para um mesmo problema aparecerem 10 respostas diferentes, muitas delas erradas. É necessário filtrar as informações.

Para a parte de infra estrutura, por exemplo, tenho seguido o pessoal da LinuxTips. Para a parte de segurança tenho seguido o e-Security.

Outro ponto interessante que tenho feito é seguido canais no Youtube sobre alguns assuntos que me interessam. Continuo com o mesmo problema da Udemy, vários vídeos salvos que não vi, porém, sem gastar nada. Seguem alguns canais que sigo:

No demais é isso… logo mais faço uma review do excelente OpenAPI: Beginner to Guru do John Thompson.

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