[Review] O Ponto da Virada — Malcolm Gladwell

Arthur Magalhaes Fonseca
4 min readOct 22, 2018

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Recentemente na empresa em que trabalho, a AIS Digital, iniciamos um projeto de uma biblioteca comunitária. A ideia era que cada pessoa pudesse trazer livros que o influenciaram e compartilhar esse conhecimento com os outros.

A maioria dos livros que eu trouxe estavam relacionados a TI, mas quando a ideia começou a tomar corpo, a heterogeneidade de literaturas e autores se mostraram bastante interessantes no processo criativo e de desenvolvimento pessoal de cada pessoa.

É interessante como você observa obras e autores que influenciaram certas pessoas, e começa a ter uma nova perspectiva de algumas coisas.

Primeiramente eu li dois livros do Paul Arden, os quais farei review em breve, e depois li um livro de TDD do Kent Beck (que também farei uma review).

O livro do Kent Beck trouxe um termo até então novo para mim como desenvolvedor: Test Infected, cunhado pelo Erich Gamma.

Após ler o livro de testes, fui procurar o próximo livro para ler, e a seguinte descrição me chamou a atenção:

Você já ficou intrigado pensando no que faz com que um produto, um serviço ou mesmo atitudes virem moda da noite para o dia? Já imaginou que tipo de mudança faz, por exemplo, com que livros desconhecidos se transformem em best-sellers? Ou o que explica o aumento do consumo de cigarros entre os adolescentes, apesar da campanha antitabagista?

Neste livro − que já vendeu 5 milhões de exemplares em todo o mundo e está há mais de 200 semanas a lista de best-sellers do New York TimesMalcolm Gladwell apresenta uma maneira instigante e original de entender fenômenos sociais desse tipo: vê-los como epidemias.

“Idéias, produtos, mensagens e comportamentos se espalham como vírus”, diz o autor. E o momento decisivo em que essas novidades se alastram − ou se acabam − é o que ele chama de o Ponto da Virada. Esse instante crítico surge com mudanças que, embora pequenas, surtem um efeito extraordinário.

Mas nem sempre as novidades contagiantes são benéficas. Basta pensar na epidemia de suicídios que arrebatou adolescentes da Micronésia por uma década depois que um jovem rico e carismático tirou a própria vida.

Partindo dessa tremenda influência que sofremos do meio, Gladwell pergunta: por que então algumas epidemias que poderiam ser “boas” não emplacam, como é o caso da campanha antitabagista entre os jovens?

Sua reposta é que as pessoas podem transformar radicalmente seus comportamentos ou suas crenças desde que estejam diante do estímulo certo. E aqui ele nos mostra como identificar e até construir esses estímulos.

Após ler a palavra epidemia eu imediatamente pensei: e seu conseguisse juntar a tal infecção por meio de testes que o Erich Gamma fala com esses conceitos de epidemia?

Não pensei duas vezes e peguei livro emprestado com o Ian Gallina.

O livro de fato é bem interessante, mostra como Comunicadores, Experts, Vendedores, Fator de Fixação e Contexto podem influenciar uma ideia de forma positiva ou negativa, não sendo necessário para isso um grande investimento financeiro.

O livro trás uma série de exemplos práticos como fatores de sucesso da Vila Sésamo sob essa perspectiva, combate a suicídios e tabagismo, muito mais.

Terminei o livro ontem, e de fato é possível pensar em várias formas de aplicar os conceitos em sua vida cotidiana. É interessante uma parte no posfácio de um estudo de caso em que o filantropo Sharon Karmazin de Nova Jersey comprou 300 exemplares do livro e enviou um para cada biblioteca pública do estado, prometendo financiar quaisquer ideias que elas apresentassem inspiradas no livro. O que fica de lição é o quanto pode-se extrair do livro para novas situações.

Recomendo a todos!

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